Segunda-feira, Setembro 08, 2008

A tempestade que chega é da cor dos seus olhos...

- Oi.
- Nossa...saudade enorme!
- Nem me fala...achei que não fosse mais te achar.
- Eu também, mas isso não acontece assim.
- Não?
- Só se quiser. Quer?
- Nunca!
- Nunca...
- To aflita.
- Aflita como?
- Não sei, frio na barriga, parece que tem alguma coisa importante que eu não sei o que é.
- Sou eu.
- Hahahah!
- Frio na barriga tipo paixão?
- Não...paixão a gente sabe.

- Você se apaixonaria por mim?
- Um milhão de vezes, vezes mil.
- Mentira.
- Juro. Se desse pra escolher...
- Tipo prateleira de apaixonáveis no supermercado?
- Ahaha! Acho que na farmácia. Paixão ta mais pra remédio.
- Remédio amargo... a gente some anos da vida do outro. Ia doer mais do que curar.
- Eu sei, mas toda volta seria linda.
- Tá lindo agora.
- É.

- Faz um favor?
- Faço. O que?
- Se apaixona por mim? Agora?
- Não precisa.
- Precisa sim.
- Não...de um jeito eu sempre fui meio apaixonada por você.
- Foi nada, nunca me ligou e a única vez que disse que ia me encontrar, me deu um mega bolo.
- Ai, verdade...então acho que você nunca reparou.
- No que?
- Na paixão.
- Na sua? Claro que não, nunca existiu.
- Cego.

- Me diz quando.
- Quando o que?
- Quando você mostrou alguma faísca minúscula dessa paixão mocada?
- Eu não mostrei muito...eu só quase morria, só de olhar você.
- Quando?
- Quando não: quanto! Muito! O tempo todo eu te olhava pensando: "Ai ai...not fair..."
- Mentira, eu que olhava.
- Olhava nada.
- Aquele cabelão...
- Que que tem o cabelão?
- Nossa...um dia eu te mostro.
- Mostra?
- Mostro.
- Promete?
- ...
- Ok sorry.
- Não! eu só fiquei pensando...ia ser genial se você soubesse tudo o que eu pensei...e se me pegasse mesmo da prateleira da farmácia.
- Hmm...
- Sempre quis.
- Ai, não mente!!
- To falando, sempre quis.
- ...
- Me passei?
- Não.
- O que que é o silêncio então?
- Sei lá...passou tanto tempo...
- Passou. Passado...eu to aqui agora.

...


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Terça-feira, Julho 29, 2008

Speechless

O solo de algumas guitarras têm o poder de me tirar a voz.
As palavras somem e eu simplesmente inexisto. Sou só ouvidos e alma por algum tempo, como anestesiada, extasiada, sei lá.
Aconteceu algumas vezes...só algumas.
Não adianta você chegar aqui com uma lista de guitarristas, de deuses, de virtuoses...porque só acontece como a música deve acontecer: sem lógica...puro instinto.
Não sei porque, mas só é assim quando é uma guitarra. Nenhum outro instrumento.

Quer a lista dos homens que me tiraram o fôlego? Pega aí:
Eric Clapton. David Gilmour. Slash. B.B.King. Geoff Farina. Prince. Zakk Wylde. E agora John Mayer.

Eu sei eu sei! Frank Zappa, Jimi Hendrix, Eddie Van Halen, Stevie Ray Vaughan não estão na minha lista! Sinto muito...reclama pra minha alma. Isso não é consciente...é uma coisa ouvida no coração e na boca do estômago. Se for para o ouvido não vale.

Enjoy

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Quinta-feira, Julho 10, 2008

Still crazy after all these years


Hoje fui ao médico. Na verdade médica. Fui me pesar e descobrir quanto tempo falta para eu me olhar no espelho e ficar feliz. "Quanto tempo é 4 kilos?" Conversando com ela, eu acabei dizendo para mim mesma o que está acontecendo comigo: eu estou feliz demais para escrever. É isso! Eureka! Preciso de algo que me deprima, urgente! "Dá um remedinho?" Como eu posso escrever coisas emocionantes se eu dirijo até o consultório dela cantando alto e sorrido feito uma doida? Se eu dou risada o dia inteiro? Se meus ataques de brabeza não duram mais do que cinco minutos e, não conta pra ninguém, eu não fucking tenho do que reclamar!

Por falar em dirigir, a trilha sonora no meu carro hoje esteve meio vergonhosa por alguns minutos, mas eu não pude evitar. Juro que não pude!

"Hello...is it me you're looking for?
I can see it in your eyes...
I can see it in your smile..."

Meu pai! Eu só tenho perdão porque não era o Lionel Richie cantando. E lá vai Mercedes na Marginal Pinheiros, vidro aberto, cigarro na mão, óculos escuros, berrando: I can see it in your eeeeeyes...

E as pessoas querem que eu escreva? Você tem noção do quanto eu dei risada da minha própria trilha sonora? Como eu vou chegar em casa depois disso e escrever um texto sério? Inventar uma história de amor? Contar uma lembrança singela de infância? Impossível! A verdade verdeira é que há duas semanas eu tive uma decepção gigante que me tirou o chão de um jeito, que depois dela eu fiquei leve. Juro. Estou leve e feliz como...como...hmmm...sabe namorado novo? Assim. Como se eu tivesse namorado novo. Não tenho, viu? Tenho aquele de sempre, que acorda aqui em casa todo dia, mas adoooouro!

A outra coisa que eu lembrei quando estava conversando com a minha little médica (sim, ela é meio miniatura), é que na primeira conversa com a terapeuta nova da Natasha, eu acabei falando que eu escrevo. Ai meu deus, eu e a minha boca grande! Já menti tanto nessa vida de meu deus, fui falar a verdade logo pra terapeuta...Pois ela perguntou do meu blog e você não sabe o que eu fiz. EU DEI O ENDEREÇO DO BLOG PRA CRIATURA. NÃAAAAAAO! PRA TERAPEUTA NÃAAAAO! Depois eu só faltei bater a cabeça na quina da mesa até sangrar! Você pode imaginar a terapeuta com aquele jeitinho meigo e professoral de falar, lendo esse blog? Isso não vai prestar... Eu tenho certeza que ela vai ler post por post balançando a cabecinha e fazendo "tsc, tsc, tsc" com olhar de "hãn...está explicado". Quando ela me chamar para entregar o diploma negro da mãe deformadora de filhas, eu vou mandar dizer que fui pro Tibet passar sete anos com o Brad Pitt. Pra Londres cuidar dos cachorrinhos da rainha! Pra Colômbia, me juntar às FARC e comer minhoca na selva por 10 anos! Ai jesus me leva!

Então, senhoras e senhores, é isso por hoje. Eu realmente sinto muito se não tenho nada de muito útil para dizer, mas a culpa é do Lionel Richie.

Um beijo amigo no seu umbigo.

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